No mês dedicado ao Dezembro Vermelho, uma campanha nacional, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que promove a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, o médico Emanuel Santana explica os benefícios que a nutrologia pode oferecer para melhorar o estado nutricional das Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV).
Um trabalho conjunto entre infectologistas e médicos especialistas em nutrologia pode proporcionar às PVHIV um aporte nutricional adequado e favorável ao prognóstico da pessoa em tratamento. “O tratamento elaborado pelos infectologistas em conjunto com o suporte nutricional favorece uma maior estabilidade ao paciente e chances de uma vida mais longeva”, assegurou o médico Emanuel Santana.
Os avanços farmacológicos constatados com a terapia antirretroviral (TARV) tem impacto no estado nutricional das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) levando a um aumento na prevalência de estado nutricional adequado, também chamado de eutrofia, ou ao excesso de peso, naqueles pacientes em uso da TARV. Já entre os pacientes que não aderem ao tratamento é possível chegar até a um estado de desnutrição.
Para Emanuel Santana, avaliar o estado nutricional de PVHA é imprescindível para o sucesso do tratamento dietoterápico. “Antes de iniciar a intervenção na perspectiva da nutrologia é preciso realizar um diagnóstico nutricional abrangente capaz de observar o estado nutricional do momento e visualizar fatores associados ao desenvolvimento de outras doenças possíveis, o que permite uma intervenção precoce”, afirmou o médico.
De acordo com o médico é importante não negligenciar o cuidado nutricional no tratamento PVHIV. “Um estado nutricional equilibrado pode gerar ganho de peso e aumentar a recuperação de um PVHA. É importante melhorar a diversidade alimentar e a ingestão de calorias. Quando se associa à terapia antirretroviral a uma intervenção nutricional provavelmente conseguimos maximizará o benefício na prevenção da progressão da doença pelo HIV”, considerou.
De acordo com o Ministério da Saúde, em relatório apresentado este ano, 1 milhão de pessoas viviam com HIV no Brasil em 2022. Desse total, 90% (900 mil) foram diagnosticadas, 81% (731 mil) das que têm diagnóstico estão em tratamento antirretroviral e 95% (695 mil) de quem está em tratamento antirretroviral têm carga indetectável do vírus.